28 de junho de 2010

Veneração e abominação à palavra de Deus

     Não quero viver num mundo sem catedrais. Careço de sua beleza e sublimidade. Necessito-as contra o ordinário do mundo. Quero mirar a luminância das elevadas vitrais eclesiásticas; permitir-me o ofuscamento de suas cores amundanas. Necessito seu brilho. Dele preciso contra a imune e uniforme cor dos uniformes. Quero ver-me envolto da acre frescura das igrejas. Careço seu silêncio imperioso. Necessito-o contra o demente bramir no pátio nos quartéis e a engenhosa lábia dos sequazes. Quero ouvir o som sussurrante do órgão, essa inundação de sons sobrenaturais. Preciso dele contra a retumbante hilaridade da marcha. Amo pessoas a orar. Careço de sua imagem. Necessito-a contra o pérfido veneno do superficial e demente. Quero ler os poderosos verbos da bíblia. Preciso da irreal força de sua poesia. Dela preciso contra a degradação da língua e a ditadura das palavras de ordem. Um mundo sem essas coisas seria um mundo em que não gostaria de viver.
     Há, contudo, outro mundo em que também não quero viver: o mundo em que se sataniza o pensamento independente e se estigmatizam de pecado coisas das melhores que podemos viver. O mundo que nos exige amor para com tiranos, torturadores e assassinos traiçoeiros, ecoando suas brutais botas atordoantes pelas ruelas ou, qual sombra covarde, andem às furtadelas pelas ruas num silêncio felino, golpeando pelas costas no coração de suas vítimas o metal cintilante.
     Perdoar tais criaturas e até amá-las é das mais absurdas exigências com os homens formuladas do alto dos púlpitos. Ainda que alguém efetivamente se habilitasse: significaria uma inédita inverdade e autonegação sem dó, que seria paga com a plena deformação. Esse mandamento, esse mandamento treslouco, perverso, do amor aos inimigos, leva as pessoas a sua desestruturação, a subtrair-lhes toda coragem e toda autoconfiança e a deixá-las maleáveis nas mãos dos tiranos para que não encontrem a força de se levantar, armados se necessário.
     Venero a palavra de Deus, pois amo sua força poética. Detesto a palavra de Deus, pois odeio sua crueldade. O amor, ele é um amor complicado, pois deve constantemente distiguir entre o poder de brilho das palavras e a verborrágica subjugação por um presunçoso Deus. O ódio, ele é um ódio difícil, pois como podemos nos permitir odiar palavras integrantes da melodia da vida nesta parte do globo? Palavras com que desde cedo aprendemos o que é veneração. Palavras que nos foram qual faróis quando começamos a sentir que a vida visível toda vida não pode ser? Palavras sem as quais não seríamos o que somos?
     Não esqueçamos, porém: são palavras que a Abraão exigem matar como um animal a seu próprio filho. O que fazemos com nossa ira ao ler isso? Que pensar de um Deus desses? Um Deus que acusa Jó de ralhar com ele, sendo incapaz e negligente? Afinal, quem foi que assim o criou? E por que é menos injusto Deus jogar alguém, sem razão, na calamidade do que um mortal comum o fazer? Não tem Jó toda a razão à queixa?
     A poesia da palavra divina, ela é tão avassaladora que tudo silencia convertendo toda objeção em lamentoso ganido. É por isso que não dá para simplesmente deixar de lado a bíblia, é preciso jogá-la quando nos cansamos de seus atrevimentos e da servidão que nos inflige. Fala-nos dela um Deus distante, sem graça, que pretende reduzir a um único inextensível ponto de obediência a imensa vastidão da vida humana - o grande círculo que consegue descrever ao lhe permitirem a liberdade. Curvo de pesadume, pecador carregado, árido da sujeição e da indignidade da confissão, a marca das cinzas atestadas, devemos ir ao encontro da cova na esperança, milhares de vezes desmentida, de uma vida melhor ao Seu lado. Como, porém, poderia ser melhor ao lado de Alguém que antes nos privara das felicidades e liberdades?
     Apesar disso, são de ludibriante beleza as palavras que Dele provêm e a Ele vão. Quanto as amei enquanto acólito! Como embebedaram-me à luz das velas do altar! Como parecia claro serem essas palavras a medida de todas as coisas! Quão incompreensível pareceu-me que ainda outras palavras eram importantes às pessoas quando cada uma delas podia significar apenas abominável distração e perda do maior! Ainda hoje detenho-me ao escutar um canto gregoriano, e num momento descuidado entristeço pela minha antiga embriaguez, irremediavelmente transformada em rebelião. Rebelião que se me ejetou ao escutar pela primeira vez as duas palavras: sacrificium intellectus.
     Como devemos ser felizes sem curiosidade, sem perguntas, dúvidas ou argumentos? Sem alegria no raciocínio? As duas palavras, qual golpe de espada que nos decapita, nada menos significam do que a exigência de viver nosso sentimento e nosso agir contra nosso pensar; são a conclamação a abrangente divisão; a ordem de sacrificar exatamente o cerne de qualquer felicidade: a unidade íntima e coerência de nossa vida. O escravo na galera, ele está acorrentado, mas pode pensar o que quiser. Mas o que Ele, nosso Deus, nos exige é que pelas nossas próprias mãos aprofundemos a escravidão às nossas mais profundas profundezas, e ainda que o façamos voluntariamente e na felicidade. Deboche maior pode haver?
     O Senhor, em sua onipresença, é alguém que dia e noite nos observa, toda hora, todo minuto, todo segundo registra nosso agir e pensar, quando poderíamos ficar todo a sós. O que é uma pessoa sem segredos? Sem pensamentos e desejos que somente ela, ela bem sozinha, conheça? Os torturadores, os da inquisição e os atuais, sabem: corte-lhe o recuo à intimidade, nunca desligue a luz, nunca o deixe só, impeça-lhe sono e silêncio. Falará. Que a tormenta nos furta a alma significa: destrói a solidão conosco mesma, que nós precisamos qual o ar para respirar. O Senhor, nosso Deus, nunca cogitou que nos furtaria a alma com sua repugnante curiosidade e seu voyeurismo, alma, aliás, que seria eterna?
     Quem, na verdade, gostaria de ser imortal? Quem gostaria mesmo de viver por toda a eternidade? Como deveria ser tedioso e insosso saber: não interessa o que acontece hoje, neste mês, neste ano: ainda virão dias, meses, anos inúmeros. Infinitos, literalmente. Algo ainda importaria se assim fosse? Já não precisaríamos contar com o tempo, nada teríamos a perder, não teríamos motivo para a pressa. Seria igual se algo fizéssemos hoje ou amanhã, absolutamente sem importância. Milionárias negligências seriam um nada perante a eternidade, e não faria sentido lamentar algo, pois sempre restaria tempo para recuperá-lo. Sequer viver à toa poderíamos, pois essa felicidade nutre-se da noção do tempo que escorre; o boêmio é um aventureiro à face da morte, um cruzado contra o ditado da pressa. Se sempre e em todo lugar houver tempo para tudo: onde restaria um espaço para a felicidade no desperdício de tempo?
     Uma sensação já não é a mesma quando surge uma segunda vez. Descora pela percepção de seu retorno. Cansamos de nossos sentimentos, fartamo-nos quando aparecem em demasia e demais persistem. Na alma imortal teria que brotar um gigantesco ócio e um berrante desespero diante da segurança de que nunca terminará, nunca. Sentimentos querem se desenvolver, e nós com eles. São o que são porque repelem o que uma vez foram e porque fluem em direção a um futuro em que voltarão a se distanciar de si mesmos. Se esse fluxo seguisse à eternidade: em nosso íntimo teriam que surgir milhares de sensações que, acostumados com o tempo palpável, nem podemos imaginar. De modo que nem sabemos o que nos está sendo prometido quando ouvimos da vida eterna. Como seria sermos nós eternamente, isentos do consolo de um dia sermos remidos da instância de sermos nós? Não o sabemos, e é uma bênção nunca o sabermos. Pois uma coisa efetivamente sabemos: seria o inferno, esse paraíso da imortalidade.
     É a morte que atribui a beleza ao momento e seu terror. Somente pela morte o tempo é um tempo vivo. Por que o Senhor não o sabe, o Deus onisciente? Por que nos ameaça com o infinito, que teria de significar um insuportável ermo?
     Não gostaria de viver num mundo sem catedrais. Preciso do brilho de suas janelas, de seu fresco silêncio, seu silenciar imperador. Preciso das marés de seu órgão e da sacra devoção de homens a orar. Preciso da santidade das palavras, da grandeza da grande poesia. Preciso de tudo isso. Nem menos, porém, preciso da liberdade e da inimizade contra todo o cruel. Pois nada é um sem o outro. E ninguém me obrigue à escolha.

Veneração e abominação à palavra de Deus é o título do trecho, dado pelo próprio personagem.
Fonte: Nachtzug nach Lissabon, de Pascal Mercier, 2006. Tradução não autorizada.

27 de junho de 2010

O 1º de abril de 1964 em Dois Irmãos - RS


Artigo gentilmente  cedido pelo autor
Prof. h. c. Heinz F. Dressel P. em.
Düsseldorfer Str. 43
90425 Nürnberg


     Na páscoa do ano de 1964 (29 de Março) quase todo mundo esperava um evento grave na vida da nação.
     Apesar de preparados, ao tomarmos conhecimento pela Rádio Gaúcha, na terça-feira, 31 de março, pelas 22 horas da noite, que as tropas do general   Morão estavam marchando de Belo Horizonte rumo à cidade do Rio de Janeiro, ficamos profundamente chocados. Até as 2 horas da madrugada sempre novas notícias alarmantes. 
     Na minha agenda profissional do ano de 1964 encontra-se uma anotação sublinhada a lápis vermelho: GOLPE DO ESTADO DE MINAS GERAIS.
     O 3º Exército, responsável pela segurança da região sul do país, havia imediatamente colocado suas "tropas táticas" ao longo da BR-2, artéria principal do trânsito entre os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, como medida de proteção do território do Estado de Rio Grande do Sul.
     No dia 2 de abril anotei na agenda:
7 horas: fala Meneghetti.
golpe da esquerda
interdição da comunicação pelos meios de informação
começo da "Legalidade 2, Brizola"
     Imediatamente após uma proclamação do governador riograndense Ildo Meneghetti começou a falar o general Ladário Teles. Depois o Brizola declarou a “2ª LEGALIDADE" - o segundo movimento em prol do respeito à legalidade do governo, ou seja, ao Presidente da República, João Goulart.
     O presidente João Goulart havia providenciado a presença do general Ladário no Estado do Rio Grande do Sul para de que fossem devidamente defendidas as instituições legais. Acontece que o general Galhardo, até então chefe do 3º Exército, havia sido deposto, que a posição política dele não estava suficientemente clara. Depois de deposto, viajou ao Rio. Brizola mandou ocupar as rádios e emissoras de TV. 
     Até às 10 horas da manhã vigeu uma interdição de comunicação pelos meios de informação. Pontualmente às 10 horas o general Ladário mandou promulgar uma mensagem dirigida à população de toda região militar circunscrita ao 3º Exército, ou seja, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
     A „Brigada Militar", um contingente da Polícia Militar, subordinada ao governo do Estado de Rio Grande do Sul, foi integrada ao exército nacional -  ordem que provocou o imediato protesto do Governador do Estado Ildo Meneghetti, que havia transferido a sede do governo para Passo Fundo.
     O general Ladário declarou sua disposição de lutar em favor do restabelecimento da lei e ordem em todo território da república com palavras como:
"O poder satânico dos privilégios não conseguirá de novo tirar a bandeira das reformas das mãos do povo. Para este povo lutaremos unidos, exército e povo juntos … Tenho certeza e confiança de quenossa causa é santa e que ninguém nos pode roubar a vitória, que é nossa."
     Em seguida falava Leonel Brizola com a intenção de conjurar o mito dos „grupos dos onze". Um de seus admiradores em Dois Irmãos havia-se aproximado de mim dias antes, na sexta-feira-santa, avisado: "Os militares em São Leopoldo estão bem informados sobre sua posição política!" Parece, que o departamento de inteligência militar havia funcionado de forma excelente (o chefe do 19º regimento de infantaria, tenente Coronel Oswaldo Nunes era conhecido como admirador do governo do Jango.) O quartel estava em prontidão a aguardar ordens. Neste meio tempo examinou-se as reservas de armas e munição estocados na 3ª região militar com o resultado de que havia 20.000 armas de fogo mais 6.000.000 de tiros de munição.
     Pelas 16 horas de tarde o presidente Goulart aterrisou em Porto Alegre. Em Brasília, neste meio tempo o parlamento declarou vaga a posição mais alta da República.
   No Rio Grande do Sul, o deputado Brizola, apoiado pelo chefe da 3ª regiãomilitar, chamou o povo às armas.
     O ministro de guerra, neste meio tempo, enviou tropas rumo à região sul do país.
     O governador Meneghetti, com sede provisória em Passo Fundo, anunciou a marcha de uma tropa de 5.000 homens, reforçados por um contingente de voluntários, rumo a Porto Alegre, apelando ao general Ladário que este reconhecesse a realidade e evitasse qualquer derramamento de sangue inocente. 
     Na tarde daquele dia, antes de Goulart embarcar e deixar o país, acompanhamos num aparelho de rádio transistor nas mãos o famoso comício na Praça da Prefeitura em Porto Alegre. Brizola instigou os suboficiais e sargentos a atacarem seus oficiais – "e seja à unha" - caso estes não aceitassem a liderança dele nesta luta. Neste caso os sargentos deveriam assumir o comando da tropa, afim de garantir a vitória da causa nacional
     Brizola anunciou a formação de uma "milícia popular". Cada vez que mencionava o nome do governador Meneghetti e dos "conservadores", a multidão gritava: "paredão, paredão!"
     Durante a noite seguinte resolvi fazer tudo a meu alcance para impossibilitar qualquer tipo de confrontação nos limites de minha paróquia de Dois Irmãos. Queria tentar evitar situações em que, por exemplo, jovens inocentes se deixassem atrair pela idéia de formar um grupo desta "milícia popular". Resolvi fazer tudo que possível para evitar que entre esses colonos, naquela época politicamente pouco esclarecidos, fosse derramado sangue inocente (e a palavra "inocente" vem de "não ter noção de nada").
     Eu havia escutado os repetidos apelos de Brizola para formarmilícias”. Graças a meus contatos com a esquerda radical, havia tomado conhecimento da existência de lugares onde havia núcleos onde se cogitava a formação de clandestinos grupos de extremistas - armados ou ainda não armados. Fiquei preocupado ao pensar nas possíveis intenções de um amigo da casa, líder dos petebistas no lugar, mas exercendo sua profissão na capital do Estado; ele era capaz de aparecer de repente em Dois Irmãos com a idéia de formar um destes grupos. Tive conhecimento de que em outras cidades estavam ocupadas prefeituras e emissoras de rádio por tais grupos. Até hoje não se sabe com exatidão o número destes "grupos dos onze" existentes neste Brasil, mas é  fato mesmo que o apelo do Brizola foi ouvido em praticamente todos os Estados da República e não apenas no Rio Grande do Sul. A repercussão também em círculos do PCB, inclusive em grupos de dissidentes do PCB - e não apenas no PTB - era surpreendente.
     Calculei que Jango talvez pudesse se manter em Porto Alegre por mais ou menos duas semanas ao máximo. Esta avaliação me motivou no dia 2 de abril a procurar o prefeito para falar com ele sobre a situação atual do país. Perguntei quem nesta situação caótica governava de fato: o governador encontrava-se "incomunicável" em Passo Fundo, o Brizola na capital do Estado, aproveitando-se dos meios de comunicação indispensáveis; perguntei, então, quem era que de fato governava, e quem governava em nosso município de Dois Irmãos: o prefeito ou, quem sabe, o delegado de polícia da localidade (que era admirador fervente do Brizola)? E, perguntei, quem é que governava o Estado de Rio Grande do Sul - o Meneghetti, o João Goulart, ou Leonel Brizola com o 3º Exército?
     A resposta do homem revelava o real tamanho da confusão e do medo do clássico cidadão humilde e obediente da zona rural ou semirural: "Quando o pessoal em Porto Alegre manda ordens, somos obrigados de cumprir as ordens que deles recebemos." O prefeito continuou falando lamentando: "Nunca antes passamos por uma situação destas, é a primeira vez em toda minha vida! Não sei o que eu devo fazer. Na outra vez, em 1961, durante o Primeiro Movimento da Legalidade, eles haviam nos mandados instruções da capital do Estado." Respondi: "O senhor não é comunista e eu o sou tampouco, e também os nossos colonos não são. A Igreja Católica ainda não se manifestou, mas ela também não defende a bandeira comunista, por isso não devemos permitir que uma minoria eventualmente produza caos e desordem neste município; não devemos permitir que venha uma minoria com o propósito de pôr os moradores em armas arriscando que corra sangue inocente num embate irracional. Por isso temos o dever de impor as regras do jogo e proibir que alguém apareça na rua armado. Quem vai à rua com uma arma na mão vai para a cadeia!”
     O prefeito ficou contente com a orientação recebida e fez apologias por motivo de sua inexperiência, e disse que a atual situação significava para ele algo completamente novo e desconhecido. Depois disso perguntou-me: "Como vou aplicar na prática este conceito que ora discutimos?" Aconselhei que evitasse discutir o assunto com o chefe da polícia, que apenas o visitasse e declarasse o mesmo que declarou o prefeito de Porto Alegre, Sereno Chaise, durante aquele comício da Praça da Prefeitura: "Aqui neste município sou eu quem manda e quem garante a ordem! Eu não tolero que alguém ande armado pelas ruas da cidade. Quem não obedece, vai ser preso pela polícia e marcha instantaneamente para a cadeia!"
     O prefeito me prometeu convocar ainda na mesma tarde os vereadores e convidar também os religiosos das três comunidades sediadas na cidade. Eu ainda ofereci ir com o prefeito no mesmo dia ao quartel da infantaria em São Leopoldo para conversarmos com os militares.
     Graças a deus, pelas 13.30 horas, a Radio Guaíba divulgou a notícia da decisão do presidente João Goulart de abandonar o país para evitar uma guerra civil com muitos mortos - grandeza gaúcha!
     Seja-me permitido acrescentar um episódio típico que ocorreu nos primeiros dias de abril de 1964 em Dois Irmãos:
     Alguns dias depois do golpe parou em frente à delegacia de polícia - pertinho da casa paroquialum comboio de cinco veículos: um jipe, uma van e três caminhões cheios de soldados vertidos de uniforme de combate e fortemente armados. Objetivo deles era procurar e prender comunistas. Este tipo de “blitzcom o objetivo de capturar militantes daqueles misteriosos “grupos dos onze” também em lugarejos muito remotos eram freqüentes naqueles dias pós-golpe (Direito à Memória e à Verdade, p.485)
     Na calçada e na rua à frente da delegacia, vis-à-vis do terreno da Comunidade Evangélica, estava um aglomerado de militares. Atravessei a rua e perguntei, brincando com os soldados, se porventura sua visita tinha o objetivo de gozar de um dos famosos e suculentos churrascos do lugar. Os praças não reagiram e ficaram calados.
     Neste meio tempo havia chegado à delegacia de polícia também o prefeito. Cumprimentei-o e perguntei qual seria a razão desta invasão castrense. A resposta reconfirmou exatamente o que me havia preocupado: "Eles têm ordem de caçar comunistas, todos os comunistas comprovados e subversivos que moram no município." Respondi: "Muito bem, todo mundo sabe que não tem este tipo de gente aqui." E adicionei, para o comandante da tropa ouvir: "Durante os dias da crise reinou calma absoluta nesta cidade. Além disso, o senhor prefeito havia tomado providencias para evitar qualquer perturbação da ordem."
     O prefeito, seu Walter Fleck, mais uma vez me agradeceu a assistência prestada, e os "caçadores de comunistas" foram-se rumo a São Leopoldo sem terem caçado nada e ninguém. No contexto deste episódio lembro-me ainda bem de um momento meio engraçado: o jipe do comandante se pôs em movimento depois de empurrado com muitos esforços...

18 de junho de 2010

Honduras. El regreso de Zelaya. Ainda.

Reprodução gentilmente autorizada pelo autor.
Por: Dr. Álvaro F. Albornoz P.
Doctor en Derecho Constitucional
 
En Honduras hay toda una discusión en torno al regreso del ex presidente Zelaya al país; y eso hace necesario plantear algunas consideraciones al respecto.
Una vez que Zelaya fue dejado en Costa Rica por las gloriosas Fuerzas Armadas hondureñas para evitar un mal mayor  y preservar la democracia, tal como ya fue decidido por la honorable Corte Suprema de Justicia de Honduras, el ex presidente se empeñó en regresar al territorio catracho por todas las vías posibles hasta que pudo hacerlo por vías irregulares, como ingresa el contrabando, pudiendo entrar a la Embajada de Brasil, desde donde hizo llamados a la guerra civil y a la anarquía; los cuales gracias a Dios, no fueron atendidos por el pueblo que solo quería vivir en paz y libertad.
Al no lograr sus objetivos terroristas, Zelaya pidió que lo sacaran de Honduras, petición que fue cumplida por el actual Presidente Porfirio Lobo, y fue trasladado a República Dominicana donde se aloja cómodamente con todos los lujos y privilegios propios de un huésped de honor.
Luego, Zelaya fue nombrado por el Teniente Coronel Hugo Chávez como comisionado político de PETROCARIBE, donde, según las informaciones no desmentidas que circulan por internet, percibe un sueldo de 20.000 dólares y disfruta de un avión privado, tarjetas de crédito y viáticos. Es decir, que la suntuosa vida que lleva Zelaya es financiada con el dinero que le dejan de dar a los pobres venezolanos y  que dejan de ser invertidos en hospitales, escuelas, calles e infraestructura en la hambrienta Venezuela que ni los alimentos básicos está produciendo.
Ahora el ex presidente del sombrero exige regresar a Honduras, después de haber exigido salir, pero quiere regresar sin rendirle cuentas a la justicia hondureña donde tiene pendientes varios juicios penales incoados por el Fiscal General de la República.
El comandante vaquero pretende estar por encima de la Constitución y las leyes de Honduras y todavía no se da cuenta que justamente por esa actitud que practicaba cuando era Presidente, es que fue defenestrado constitucionalmente de su cargo.
Los países comunistas de América que todavía no han reconocido al legítimo gobierno de Porfirio Lobo, exigen el retorno de Zelaya a Honduras como condición para otorgar el reconocimiento. Y ante tal petición, el Presidente Lobo accedió e incluso propuso ir a buscar personalmente a Zelaya para llevarlo a Honduras, con todas las garantías de respeto a sus derechos humanos.
Sin embargo, Mel Zelaya rechazó la proposición porque sabe que va a tener que enfrentar la justicia y responder por sus acciones. El quiere que le anulen todos los juicios sin venir a defenderse, como si eso fuese posible en un Estado de Derecho.
En definitiva, se trata de otro show del ex presidente quien no se cansa de ser el centro de atracción y quien quiere ser siempre el titular de los periódicos. En realidad, Zelaya no quiere ir a Honduras porque no le conviene.
Zelaya sabe que si entra a Honduras debe afrontar los juicios incoados en su contra, ya que existen poderes autónomos e independientes cumplidores de sus obligaciones constitucionales. Además, al ingresar, ya no podrá seguir con su “viajadera” por el mundo haciéndole daño a Honduras al inventar sus fábulas y mentiras sobre la realidad de esta nación.
El ex presidente Zelaya está consciente que no cuenta con apoyo popular ni liderazgo suficiente para poder seguir practicando la política en Honduras y que será ignorado y rechazado por la mayoría de la población y por los medios de comunicación, quienes lo consideran una mancha negra en la historia de Honduras, una página que ya se pasó, una experiencia desagradable que no se quiere repetir nunca más.
Zelaya sabe que es imposible volver al poder y quiere seguir mostrándose como un mártir por el mundo, quiere seguir viajando con el dinero de los venezolanos para despotricar de Honduras y de su gobierno. En realidad, la estrategia del comunismo internacional es desestabilizar el gobierno de Pepe Lobo y generar un clima de ingobernabilidad para favorecer los nefastos planes que tiene Chávez para Honduras.
Por más esfuerzos que haga el gobierno de Honduras para lograr el reconocimiento de estos países no lo logrará mientras estén en el poder los presidentes que hoy los gobiernan. Por eso, Honduras debe concentrarse en desarrollar y consolidar sus relaciones políticas y comerciales con los países que si han otorgado el reconocimiento, que a fin de cuentas son los países más importantes para los intereses de Honduras.
Zelaya debe quedar en el pasado y Honduras debe dedicarse a desarrollar todo su inmenso potencial para salir adelante y poder dar satisfacción a todas las necesidades del pueblo. Es hora de hacer progresar a Honduras y de llevarla por caminos de prosperidad y abundancia. Honduras y su gente se merecen lo mejor.

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www.catrachovenezolano.vox.com

Skype: alvaro_albornoz
Twitter: @catrachozolano

El MAR me habló de su grandeza, de su fuerza y de su inmensidad...Yo le hablé de HONDURAS, de su Pueblo y de sus Instituciones y se sintió pequeño...(Parafraseo del Poema de Jorge Sarabia)

El Socialismo se forja en la envidia, se administra desde la hipocresía, genera la pereza y destruye la riqueza. (A. Rivas, Escritor Argentino)

El Socialismo es la filosofía del fracaso, el credo de la ignorancia, la predica de la envidia, y su virtud inherente es la distribución de la miseria. (Wiston Churchill).

Echemos el miedo a la espalda y salvemos a la Patria (Simón Bolívar)

Para hombres valerosos, fieles y constantes nada es imposible (Simón Bolívar)

17 de junho de 2010

Gato

     Ainda do norte, sobre o velho piso xadrez da cozinha rasteiro bate o feixe da moribunda luz vespertina. Uma bengala branca a tatear. Um gato enrolado.
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    Sutil vibrar do parco ambiente ‑ despertou o ronronar da geladeira. Um frio de arrepiar para quem não vista ao menos uma parca manga comprida.
    Onde encontrará seu gato o surdo sem luz? E em que hemisfério?

8 de junho de 2010

Maceió descarta mais de 1.400 doses de vacina contra gripe suína após falta de luz

Entenda quem puder, essa manchete. Eu a entendi depois de ler o texto explicativo. "Luz" foi empregado como sinônimo de energia elétrica. (Cada letra de manchete custa espaço!) (Folha de 08/06/2010-14h13)

Observe que a vacina não necessita de luz. Nem de energia elétrica, aliás. Precisa de determinada temperatura para sua conservação.

É mais ou menos como:  "Acidentou-se por causa da chuva." Alguém de nós se acidenta por causa da chuva? Acidenta-se por causa da aquaplanagem. Isto, por sua vez, quer dizer que o fulano dirigiu a velocidade muito alta, pelo que a pobre da chuva não tem a menor responsabilidade nem culpa.

Êta manchete!

de dentro do presídio

A Polícia Federal afirma que Zé Roberto comandava o tráfico interestadual de dentro de um presídio no Pará e administrava negócios como bandas de forró, em Fortaleza, e um time de futebol, em Manaus. (Folha, 08/06/2010-16h27)

Uffa! Cem comentários!*

*passam-me pela cabeça!

Aluna de autoescola atropela instrutora e cai em rio de Piracicaba (SP)

Tudo bem. Mas onde ficou o carro? Aliás: teve carro no meio?

Cada manchete! (Folha do dia 8 de junho de 2010)