28 de maio de 2014

"Eu encontrei Jesus" espanta três entre quatro

Li o livro. Adorei, e tanto apaixonei-me por ele que o traduzi para o alemão e toda hora o recomendo. É de José Hildebrando Dacanal, catuipense formado em Letras e Economia, professor emérito da UFRGS.

Nesse exato momento de pensamento a vagar, o que mais bem que mal faz, juntaram-se peças díspares que há muito díspares carregava em meu seio.

Uma de minhas filhas, jovem, jovem, porém de feliz autonomia intelectual, não quer saber do livro de sua crença porque coisa boa não poderia ser por contar com minha simpatia. Hm ... Como não minto para filha minha, sabe que não sigo seu deus. Ela, que heroica e autonomamente largou a crisma católica a que aspirava para poder "casar em branco". Largou porque não aparecia padre nenhum para iniciar no catolicismo cristão-romano a ansiosa jovem ávida pela iluminação religiosa. A Santa Sé só enviava jovens substitutos para organizar brincadeiras infantis.

Há outro que rejeita tomar conhecimento do que perfeitamente conhece. Pastor protestante, comunica que "livro com esse título não compraria". Hm ...  A rejeição é aqui sociológica, intelectual, progressista. Antiesotérica .. Tal qual minha filha, também ele me conhece. Rejeição emocional dupla, embutida. 

Bueno. Foi isso? Não.

Outra pessoa que me conhece, igualmente não abre a boca sobre o livro ou meus elogios a ele. Hm ...

O que têm os três em comum? Têm em comum que me conhecem. E que creem. Cada qual - demasiado obviamente - com suas dificuldades embutidas nessa crença.  Por fim, têm ainda em comum que desconhecem o livro. 

Aliás: eu também não teria comprado o livro. Li-o por indicação de um amigo que muito prezo.

Podemos disso concluir o seguinte: quando nos recomenda um livro uma pessoa suspeita (ao menos no assunto), bola não se dá. Lê-se, contudo, a indicação quando a pessoa é bem-vista, quando goza de empatia.

Isso diz tudo. Não sobre o livro, mas sobre "a gente" - para não ser mas direto do que já estou sendo!

Lamentável que a vítima primeira disso é esse livro. Logo esse, que apaziguou os extremos que há décadas carregava comigo, que me atormentavam, que negava tal qual os citados negam à sua maneira. Aliás, e felizmente, há uma quarta pessoa a que posso me reportar. Ela está em cima do muro, procurando e procurando... Leu e recomenda "Eu encontrei Jesus". Até a seus alunos.


"Eu encontrei Jesus", de José Hildebrando Dacanal, agora traduzido para a língua alemã, é uma bíblia sobre a bíblia. É obra inteligente, esperta, lógica, coerente. É óbvia e brilhante. Liberta. Faz entender e apreciar nossa história individual - a ocidental, à qual nesses rincões não podemos nos furtar. Quisera ter encontrado antes essa joia.

Os três fujões deveriam conhecer esse avesso de sua própria História. Essa paz, - paz sugerida pelo deus e acatada pela modernidade. Paz que tende a reinar o mundo, pela ONU, pois pode ser invocada por qualquer entidade por ter sido aceita por todas as entidades.

PS.: A obra está para sair em nova edição e novo título. Algo como "Jesus, Cristianismo e Ocidente." Título já antecipada na versão alemã.



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