As irlandesas ilhas Blasket estão desabitadas há 50 anos. Desabitadas de homens e crianças, e de mulheres. Apenas Sue Redican, de Wales, vive hoje - da primavera ao outono - na maior e mais distante destas ilhas.
É ela, à procura da tranqüilidade, que afirma (http://www.spiegel.de/reise/europa/0,1518,706455,00.html) que a ilha foi evacuada em 1953 - ano de meu nascimento - “particularmente porque as mulheres já não casavam para cá porque no continente havia melhores condições de vida”.
A afirmação ligou-se, em mim, à observação de um pesquisador doutor de origem rural que afirma que nas pequenas propriedades rurais do noroeste do Estado do Rio Grande do Sul as jovens já não ligam para a propriedade de seus pais, pequenos agricultores. Aliás, sequer a conhecem.
Na Alemanha, os filhos de agricultores que permanecem no campo já não encontram com quem casar. Faltam mulheres no campo, e das urbes elas não vêm.
Na China, proibidos de não ter mais que um filho, casais matam bebês femininos.
Na China, proibidos de não ter mais que um filho, casais matam bebês femininos.
Joguemos agora neste meio os termos emancipação, trabalho, igualdade, multinacional e outros chavões modernos. Em vez de jogá-los no liquidificador ideológico, contudo, destrinchemo-los para não produzir populismo.
Pai de três amadas filhas. Quem são elas, essas seres?
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