Também o antigovinil as teve. O CD ainda deve tê-las. Já o emule e famílianão as têm, de geneticamente modificados quesão.
Das pernas e penas sabe quemamasuasestantestantoquanto a seusamigos, fazendo porisso a ponteentreseusdoisamores. Sangria, ponte de mãoúnica. Bem sabe-o aquelequemaisama a seuslivros do queseusprópriosamigos, ao estancarcomdolorosoveto a mesmahemorragia.
A cadalivro lido causa-nos o amor à literatura ‑ fictíciaounão ‑ o ímpeto de passá-lo a amigos e conhecidos. Aindaque o cremoso folhado circule emcírculovicioso, recompensam-nos ao menos as dicas de outroslivros, senão o próprio. Aliás: quantomenor o círculoamistoso, menosvicioso.
Comolegítimosdonos da encapada voz do autor, contudo, obedecemos a doisbeligerantesdeusesíntimos: o missioneiro e o cobiçoso. Tendemos a aleijar essa voz bibliográfica, a mantê-la emcadeira de rodasmóvel, porémnãoautomóvel. Queremos a missão controlada.
Comosempre, há os do contra. Aliei-me a eles, ao menosum pouquinho. Quando avalio quenemeunemalgumfamiliar pegará novamenteemmãoscertolivro no decênio, sigo exemplo de amigomeu: repasso o livro à bibliotecaou a amigos, queporsuavez o passarão adiante. Ou ao sebo, modalidadeque a rede de seboswww.estantevirtual.com.brultimamente oferece aos livrosnãoaleijadosaté da província. Serviçoque instiga a extravagância do missioneiro literário. Ao salvá-los de traças e baratas, salva os pobreslivros da vidaeterna e permite-lhes criarnovosbrotosemcrânioseternamentedesconhecidos. Emvez de presosemprateleiras, retornam à correnteliterária!
Atéaítudonormalentrecertaclassesocial. Masquando o sujeito é bilíngüe, jáseusamigos e o livronão? Ah! Aí pega-se o livro e se o traduz para os amigos e demaisdesconhecidosleitores! Tive a felicidade de encontrar uma editoraparadoislivrosquequis disponibilizar ao públicolusófono (A DécadaVermelha e A Utopia do Expurgo, ambos de Gerd Koenen). Com a parcela de livrosqueme convinha como tradutor, pude presentear uma série de amigos e bibliotecas. Novaspontes construídas!
Não é raro apaixonar-me tantopelonovolivrodescobertoque verifico se já existe emportuguês. Já pesquisei peloe-mail de umautor chinês, e lhe escrevi semobterresposta. Apaixonei-me pelaedição inglesa de O Deus das PequenasCoisas, masoutro apaixonado se antecipara. Semanapassada, apaixonei-me por Leonie Swann, Three Bags Full, que li emalemão. Dávontade de sentar e verter e verterparaque o livro crie ‑ asas.
Crônica agraciada com o 2º lugar no XIII Concurso Literário da ALPAS.
Nenhum comentário:
Postar um comentário