12 de julho de 2020

A tecla

é uma vez mais aquela em que estamos batendo tanto. É que me ocorreu mais um baita argumento, prático e oral. Provém da minha remota experiência de professor de alemão para brasileiros, e veio-me à tona quando reli o texto O gigolô das palavras, lembrado em lista amiga.

Todos, em nosso ramo, conhecemos aqueles acanhados em falar línguas estrangeiras ou estranhas, como que de fogo. Que fazer com essas pessoas que preferem não aprender a errar?
Como elas investem$$ no aprendizado do primeiro (dificilmente segundo) idioma estrangeiro, efetivamente precisam falar, e falam. Mas falam murmurando para evitar que alguém detecte seus inevitáveis erros.

Nestes casos, recorri ao que ouvira de incerta professora de línguas, que me convenceu de cara: fale alto e claro, fale para que escutem seus erros, que todo mundo lhe entenderá. Se não escutarem seus erros, pouco ouvirão e nada entenderão. Esses erros são evidentemente gramaticais, sabemos.

E não é a pura verdade? Conhecemos tanta gente estrangeira que muito peca em nosso idioma, mas os entendemos perfeitamente, pois são pecados apenas gramaticais, generosos e preposicionais. Digo perfeitamente em relação àqueles numerosos compatriotas que em perfeito português não dizem coisa com coisa.

Outra vitória da clareza e lógica sobre nossa querida gramática, nem sempre clara e lógica!

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