6 de maio de 2010

Dia: das Mães (crônica)

Segunda-feira: “Manhê, posso ir pro pai?” “Sabe que precisa fazer os temas e arrumar o quarto! Vai, vai!”
Terça-feira: “Manhê, posso ir pro pai?” “Sabe que precisa cuidar do cachorro e do filhote, além dos temas!”
Quarta-feira: “Manhê, posso ir pro pai?” “Sabe que tem os temas pra fazer e que às 17 horas tem cabeleireiro.”
Quinta-feira: “Manhê, posso ir pro pai?” “Tem o quarto pra fazer, to dizendo há dias; e os temas. Amanhã tem prova de inglês.” “O pai sabe inglês, tu não, mãe”.
Sexta-feira: “Manhê, posso ir pro pai?” “Hoje não, teu quarto ainda não está arrumado! Faz dias que estou dizendo!” “Mas eu vou, volto, tá? Te amo!”
Sábado: “Manhê, posso ir pro pai?” “Tá, mas te lembra que tem que tomar banho antes do aniversário da Júlia”.
Domingo: “Manhê, posso ir pro pai?” “Sabe que ainda não arrumou seu quarto, não?” “Sei, mas um pouquinho! Prometo.”
Depois de domingo segue a segunda-feira

      Não generalizemos, diz-se hoje. Cada caso é um caso. Cada pessoa é uma
     Nesses modernos dias comemorativos a abundar ano a ano, essas supostas verdades sucumbem à tradição, amoderna por definição.
     Todas numa aura. Até os homens sucumbem, cegam nessa. Ou calam mediante o maremoto publicitário e coronário.

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