2 de maio de 2010

Ora, ora! (crônica)

A BP já assumiu toda a responsabilidade pelo desastre (cujas causas ainda conheceremos). Francamante: tenho pena deles. Eles? Quem são? Não sei, pois preferem ser anônimos, são uma SA, uma sociedade anônima. Um deles pode ser meu vizinho. Devem ser milhares, entre anões e gigantes.
     São milhões, por sua vez, que de seu empenho usufruem. Por isso os milhares investem na expectativa de um ganho. Quando ganham, sabem por que ganharam. E os milhões também ganham, mas dificilmente o percebem.
     Em 1973, depois em 1978 (eu estava na Alemanha), assustaram-nos com a crise do petróleo.
     Não foi crise de petróleo, foi crise do monopólio do petróleo, que jamais se repetiu. Seu novo preço possibilitou novas explorações, inclusive as do Brasil e do Golfo do México, cuja plataforma Deepwater Horizon, da British Petroleum (BP), acaba de explodir matando 11 trabalhadores.
     Cidadania compreende o par direitos e deveres. O direito de usufruir e o direito de empreender. Para regulamentar as coisas existem leis fiscais inúmeras. Quem fiscaliza é o Estado. Fiscaliza em nosso nome, os cidadãos e consumidores, as úrnulas, minúsculo de “urna”, cujo extremo incorpora o votante individual, assim aqui o defino!
     Desde a crise nós, os cidadãos do mundo, tivemos 40 longos anos para percorrer novos rumos e substituir o petróleo afinal apenas descoberto como concentrado energético e matéria-prima da indústria química. Não o fizemos. Muito pelo contrário, incentivamos até hoje e mesmo até amanhã os poços exploratórios. Vide a discussão sobre os royalties cariocas ou paulistas.
    Os resultados compreendem os resultados, ora, ora!

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